Eu perdi a vergonha.
Não franzas a sobrancelha!
Vai chegar o dia,
Mesmo que na velhice tardia,
Que hás de perder a vergonha!
Eu me antecipei,
Quer dizer,
Primeiro foi o orgulho,
Pus no armário lá dos fundos
E nunca mais achei.
Mas por hora eu afirmo,
Sem prejuízo do dito,
Tenho pressa, fome, sede
E para saciar-me ainda verde
Foi que perdi a vergonha.
Perdoem-me a indecência,
Mas esta dama errante
Já perdeu, de tempo, o bastante.
Pelos erros paguei e pagarei
Mandem-me as contas
Que estas sempre chegam
Mas agora nada me importa
Estou viva não morta
Abri o novo parágrafo
O vento me leva nos braços
O amor me sorri tarado
E tenho não é de hoje
Espírito on the road
Portanto, crianças:
Antes que a terra me coma
Eu perdi a vergonha.
2 comentários:
Muito bom, Synara!!! De verdade, sou chato, quase nunca digo isso a ninguém...
Aconselho a segurar o seu material melhor, ou então registrar antes de colocar na internet, os copiadores são muitos...
"Antes que a terra me coma
Eu perdi a vergonha."
Essa passagem, Nara, lembrou-me o trecho de uma poesia do Fagundes Varela:
"Canto as mulheres e as musas,
As venturas, o prazer,
A vida é triste mentira,
Gozarei até morrer."
Com licença agora, vou lá encher a cara. eauhuhaa :P
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