terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O encontro das partes




O corpo, curral da alma
Protegida, domesticada,
Caminha parética e torta;
Esforça-se na tentativa
De alcançar o equilíbrio
No ziguezague dos princípios,
Tantos obstáculos proibindo,
A alma veste o espartilho.
Se o corpo é o templo
Dado ao teu espírito,
Que seja usado sem castigo.
A alma precisa dançar
Mesmo que seja no corpo
Tire a corda desse pescoço!
A carne não é fraca,
Só precisa de calor e gosta
De exibir-se sem pudor.
Não divida-se em partes,
Goze do teu domínio,
Deixai livre o instinto,
Este é puro do animal
Bem longe de assombração,
Das entranhas a imaginação.
Nas tuas idéias efervescentes
Vão jogar copos de areia
E te roubar a ceia,
O corpo grita, a alma clama,
O prazer é a doce lama
A que todos nos atiramos.

Nara Loupe

2 comentários:

Anônimo disse...

Moça!
Que poema extremo!
Tá no trabalho errado!
Pena que poetisa não dá tanto dinheiro! :D

E o encontro das partes é 1+1=3!

Beijos! :*

Jorge R. Tomás Japur disse...

Nara, belos poemas! Parabéns.

Sou do blog "¡Sopão de Letras!", e ficarei feliz se você deixar eu te linkar para ajudar a inserir teus poemas na blogosfera.

"Loucura é uma sorte,
Um instante livre
Pelo universo apagado.
Devaneios pelo incerto
Porque não há caminhos,
Porque não há escolha,
Só sonhar,"

Li esse trecho e lembrei do "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdã? Já leste?

Um abraço!