quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Amassados papéis de amanhã





Embora não tenha dito,

Tudo estará revelado

Na cama, amassados

Papéis de amanhã.

A boca quando cala

No velho batom escuro

Esconde palavras francas.

Um segundo de pensamento.

Um momento de ser humano.

Há pessoas geladas,

Deixam escapar a essência,

A outra face no espelho;

Levam sobre o pescoço

Relógio e não cabeça;

Duas pilhas grandes no peito...

Dançam como robôs,

Vivem da repetição.

Onde está o impulso?

A volúpia sem culpa,

O uso dos sentidos?

Mas nada sentem,

Só o desejo mudo,

Mal nutrido,

Tetraplégico.

Insatisfeito.

Nara Loupe

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei essa também

"relógio e não cabeça"

"pilhas no peito"

"tetraplágico e insatisfeito"

uau

d++++

JAN DE LONAN disse...

gosto muito de "papéis"...
me add no msn:furiaastaianax@hotmail.com