quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Lenta


Lenta
Como a lagarta se arrastando,
Lenta
Como a lágrima escorrendo,
Lenta
Como um dia sem sorte,
Lenta,
Assim caminho.

E tudo o que vejo
É subtraído,
É filtrado


Para encontrar uma gota de beleza,
O processo
É lento.


Nara Loupe

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O encontro das partes




O corpo, curral da alma
Protegida, domesticada,
Caminha parética e torta;
Esforça-se na tentativa
De alcançar o equilíbrio
No ziguezague dos princípios,
Tantos obstáculos proibindo,
A alma veste o espartilho.
Se o corpo é o templo
Dado ao teu espírito,
Que seja usado sem castigo.
A alma precisa dançar
Mesmo que seja no corpo
Tire a corda desse pescoço!
A carne não é fraca,
Só precisa de calor e gosta
De exibir-se sem pudor.
Não divida-se em partes,
Goze do teu domínio,
Deixai livre o instinto,
Este é puro do animal
Bem longe de assombração,
Das entranhas a imaginação.
Nas tuas idéias efervescentes
Vão jogar copos de areia
E te roubar a ceia,
O corpo grita, a alma clama,
O prazer é a doce lama
A que todos nos atiramos.

Nara Loupe